Jose Bento Renato Monteiro lobato, grande nome da literatura brasileira(contista, ensaísta e tradutor).
Criado em um sítio, Monteiro Lobato foi alfabetizado pela mãe Olímpia Augusta Lobato e depois por um professor particular. Aos sete anos, entrou em um colégio. Nessa idade descobrira os livros de seu avô materno, o Visconde de Tremembé, dono de uma biblioteca imensa no interior da casa. Leu tudo o que havia para crianças em língua portuguesa. Nos primeiros anos de estudante já escrevia pequenos contos para os jornaizinhos das escolas que frequentou.
Aos onze anos, em 1893, foi transferido para o Colégio São João Evangelista. Ao receber como herança antecipada uma bengala do pai, que trazia gravada no castão as iniciais J.B.M.L., mudou seu nome de José Renato para José Bento, a fim de utilizá-la. No ano seguinte, os pais o presentearam com uma calça comprida, que usou bastante envergonhado. Em dezembro de 1896 foi para São Paulo e, em janeiro de 1897, prestou exames das matérias estudadas na cidade natal, mas foi reprovado no curso preparatório e retornou a Taubaté.
Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel ("Contos da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um único romance, O Presidente Negro, o qual não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças.
Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sábia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.
Influencia Politica, prisão e Morte
Em 1925, falido e morando no Rio de Janeiro, Monteiro Lobato escreveu artigos atacando o governo Bernardes e defendendo uma política econômica que estabilizasse a moeda e o câmbio, e pedindo o fim da taxação à importação de papel para livros e de máquinas gráficas. A sua contrariedade devia-se ao fato de que a mesma lei que taxava em 170% a importação do papel para livro, liberava a importação de papel para jornal.
Em 1926, já bastante conhecido, Lobato escreveu ao então presidente Washington Luís, chamando sua atenção para a questão do papel e intitulando-se um editor falido e ressurgido. Logo, recebeu de Alarico Silveira, seu antigo protetor quando no governo de São Paulo, a oferta do posto de adido comercial em Nova York, para onde o escritor se mudou em 1927, com toda a família.
O capitalismo, então, entrou na vida de Lobato definitivamente. Ele voltou ao Brasil pregando a construção de companhias siderúrgicas e a exploração de petróleo. Em 1931, em meio a intermináveis conferências pelo país, fundou a Companhia de Petróleo do Brasil, a Companhia de Petróleo Nacional, a Companhia Petrolífera Brasileira e a Companhia de Petróleo Cruzeiro do Sul.
Contudo, dizendo-se alvo do cartel internacional do petróleo capitaneado pelos EUA, denunciou a Getúlio Vargas que o Departamento Nacional de Produção Mineral e o Conselho Nacional do Petróleo estavam comprometidos com interesses estrangeiros. Em 1936 publicou “O escândalo do petróleo”, censurado no ano seguinte pela ditadura Vargas.
Em 1941, depois de enviar outra carta a Vargas, acusando-o de má conduta na política brasileira de minérios, acabou preso. Da cadeia, continuou destilando veneno. Ao general Horta Barbosa, comandante do Conselho Nacional do Petróleo, responsável por seu encarceramento, escreveu agradecendo “os deliciosos dias passados na Casa de Detenção”, que lhe permitiram “meditar sobre o livro de Walter Piktin, A short introduction to the history of Human Stupidy”.
Monteiro Lobato sofreu um espasmo vascular, que afetou sua motricidade, em abril de 1948. Morreu na madrugada de 4 de julho, em São Paulo. Seu corpo foi velado na Biblioteca Municipal e de lá saiu carregado por uma multidão até o Cemitério da Consolação.
Obs: Vale a pena conferir os links que colocamos nesta postagem, os levam a conhecer a obra de Monteiro Lobato e um dos links uma pesada critica ao futurista escritor. Taxado de racista e preconceituoso(O Presidente Negro).
Coleção Sítio do Picapau Amarelo
- 1921 - O Saci
- 1922 - Fábulas
- 1927 - As aventuras de Hans Staden
- 1930 - Peter Pan
- 1931 - Reinações de Narizinho
- 1932 - Viagem ao céu
- 1933 - Caçadas de Pedrinho
- 1933 - História do mundo para as crianças
- 1934 - Emília no país da gramática
- 1935 - Aritmética da Emília
- 1935 - Geografia de Dona Benta
- 1935 - História das invenções
- 1936 - Dom Quixote das crianças
- 1936 - Memórias da Emília
- 1937 - Serões de Dona Benta
- 1937 - O poço do Visconde
- 1937 - Histórias de Tia Nastácia
- 1939 - O Picapau Amarelo
- 1939 - O minotauro
- 1941 - A reforma da natureza
- 1942 - A chave do tamanho
- 1944 - Os doze trabalhos de Hércules (dois volumes)
- 1947 - Histórias diversas
- 1920 - A menina do narizinho arrebitado
- 1921 - Fábulas de Narizinho
- 1921 - Narizinho arrebitado (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1922 - O marquês de Rabicó (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1924 - A caçada da onça
- 1924 - Jeca Tatuzinho
- 1924 - O noivado de Narizinho (incluído em Reinações de Narizinho, com o nome de O casamento de Narizinho)
- 1928 - Aventuras do príncipe (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1928 - O Gato Félix (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1928 - A cara de coruja (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1929 - O irmão de Pinóquio (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1929 - O circo de escavalinho (incluído em "Reinações de Narizinho, com o nome O circo de cavalinhos)
- 1930 - A pena de papagaio (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1931 - O pó de pirlimpimpim (incluído em Reinações de Narizinho)
- 1933 - Novas reinações de Narizinho
- 1938 - O museu da Emília (peça de teatro, incluída no livro Histórias diversas)
- O Saci Pererê: resultado de um inquérito (1918)
- Urupês (1918)
- Problema vital (1918)
- Cidades mortas (1919)
- Ideias de Jeca Tatu (1919)
- Negrinha (1920)
- A onda verde (1921)
- O macaco que se fez homem (1923)
- Mundo da lua (1923)
- Contos escolhidos (1923)
- O garimpeiro do Rio das Garças (1924)
- O choque (1926)
- Mr. Slang e o Brasil (1927)
- Ferro (1931)
- América (1932)
- Na antevéspera (1933)
- Contos leves (1935)
- O escândalo do petróleo (1936)
- Contos pesados (1940)
- O espanto das gentes (1941)
- Urupês, outros contos e coisas (1943)
- A barca de Gleyre (1944)
- Zé Brasil (1947)
- Prefácios e entrevistas (1947)
- Literatura do minarete (1948)
- Conferências, artigos e crônicas (1948)
- Cartas escolhidas (1948)
- Críticas e outras notas (1948)
- Cartas de amor (1948)
Fontes: Unicamp/Superpesquisa/Wikipedia
Atenciosamente Opinião do Mau - Tudo de bom pra você |