Experiências anormais( Só para fortes)
Todos nós sabemos que a natureza humana tem seu lado sombrio. Mas até onde esse lado chega? Estamos dispostos a arriscar o bem-estar de animais, de outras pessoas, do planeta inteiro? O que somos capazes de fazer?
Confira alguns experimentos científicos perturbadores que nos causam medo ou simplesmente nos fazem refletir sobre o nosso comportamento.
Quando os físicos apertaram o botão “ligar” do acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), algumas pessoas prenderam a respiração e fecharam os olhos esperando pelo apocalipse.
Durante anos, rumores de que o acelerador poderia criar miniburacos negros que destruiriam a Terra circularam. Em 2008, um grupo até entrou com uma ação judicial para impedir o acelerador de partículas de ligar, argumentando que suas colisões atômicas poderiam causar o fim do mundo.
Ok, a ideia soa um pouco plausível, mas não há virtualmente nenhuma chance do LHC destruir a Terra (pelo menos pelo que sabemos até agora). Um estudo calculou que os raios cósmicos que bombardeiam a Terra rotineiramente criam colisões de energia mais elevadas do que o nosso maior acelerador de partículas. A natureza já realizou sozinha o equivalente a cerca de cem mil testes experimentais do LHC, e, é claro, o planeta ainda existe.
Mas, para o bem das teorias da conspiração, quem sabe o LHC venha a ser nosso destino fatal um dia, principalmente porque já cumpriu seu principal objetivo na Terra: no início deste ano, os físicos do acelerador, que fica na Suíça, anunciaram a descoberta do que pode ser o bóson de Higgs, a partícula tão buscada que dá a todas as outras partículas sua massa.
Cães Zumbis!! Experiência russa de 1940
Em 1940, cientistas russos divulgaram um vídeo de cães com cabeças decepadas que foram mantidos vivos por várias horas, balançando as orelhas em resposta a sons e até mesmo lambendo suas bocas. O que não fazemos em nome da ciência…
Os pesquisadores afirmaram que mantiveram os animais vivos através de um sistema de circulação de sangue artificial. Por mais horrível que isso possa soar, fica pior: essa não foi a única vez que cientistas criaram cães zumbis.
Tão recentemente quanto 2005, pesquisadores americanos criaram uma matilha de cães zumbis matando os animais através da rápida drenagem de todo o sangue de seus corpos, e substituindo-o com soro fisiológico cheio de oxigênio e açúcar.
O estudo da Universidade de Pittsburgh (EUA) conseguiu ressuscitar os cachorros três horas depois, dando-lhes uma transfusão de sangue e um choque elétrico. Embora alguns cães tenham tido danos permanentes, a maioria não tinha nem sinal de desgaste.
A pesquisa, publicada no Yearbook of Intensive Care and Emergency Medicine, sugeriu que o tratamento poderia um dia reviver pessoas que sofreram grandes hemorragias muito rapidamente para que os médicos conseguissem reparar seus ferimentos.
CONTROLE DA MENTE
Na década de 1950, a CIA (agência de inteligência americana) lançou um programa ultrassecreto chamado MKULTRA, que buscava drogas e outras técnicas para usar no seu objetivo de “controlar mentes”.
Durante as próximas duas décadas, a agência testou alucinógenos, drogas de privação de sono e técnicas de choque elétrico para tentar encontrar a “lavagem cerebral perfeita”. Os cientistas da CIA realizaram mais de 149 projetos de pesquisa como parte do MKULTRA.
Em um deles, pesquisadores testaram os efeitos do LSD em situações sociais oferecendo a droga para clientes não conscientes de bares em Nova York e San Francisco, nos EUA. Em outros projetos, eles incentivaram viciados em heroína a tomar o alucinógeno, oferecendo-lhes a droga.
Assustado com o escândalo de Watergate em 1973, o diretor da CIA Richard Helms ordenou que os documentos relacionados ao projeto MKULTRA fossem destruídos. Se você acha que isso tudo é história para boi dormir e não passa de uma enorme teoria da conspiração sem fundamento, saiba que alguns documentos do terrível experimento não foram destruídos, e em 1977 uma solicitação feita através do Ato de Liberdade de Informação (Freedom of Speech Act, uma lei americana) permitiu que o autor John Marks tivesse acesso a mais de 20 mil páginas de registros do sórdido programa.
Experimentos psicológicos mais antiéticos
Falando em controle de mente, um estudo mostrou que, ao que parece, é muito fácil levar as pessoas a fazerem o que você diz: é só pedir com autoridade, não importa quão absurdo seja o pedido.
Em 1963, o psicólogo social Stanley Milgram provou que professores da Universidade de Yale (EUA) estavam dispostos a administrar um choque mortal em estranhos se uma figura de autoridade solicitasse (claro que os choques não eram verdadeiros, ainda assim, o pior de tudo é que as pessoas fariam isso).
Em uma pesquisa similar, o psiquiatra Charles Höfling queria ver como a obediência influenciava decisões quando as pessoas não sabiam que aquilo fazia parte de uma experiência científica.
O estudo de 1966 utilizou o seguinte método: um médico desconhecido ligava para enfermeiros reais em turnos noturnos de um hospital e pedia-lhes para administrar duas vezes a dose máxima de um medicamento não aprovado para um paciente. Sem o conhecimento dos enfermeiros, o “remédio” era na verdade uma pílula de açúcar inofensiva, e o médico era uma farsa.
21 dos 22 enfermeiros cumpriram essa ordem absurda. Os pesquisadores claramente identificaram a droga, ou seja, todos os enfermeiros sabiam que causariam overdose em seus pacientes. Mesmo assim, eles administraram as drogas, violando as regras do hospital – que proibia que profissionais recebessem instruções por telefone ou dessem um medicamento não aprovado aos pacientes.
O estudo demonstrou claramente o quanto a aura de autoridade pode ofuscar os julgamentos éticos das pessoas. Portanto, cuidado, cidadão; sem querer instigar o caos e a rebeldia, mas essa é a prova de que não devemos abaixar a cabeça para qualquer coisa sem o mínimo de desconfiança.
Se quiser visualizar melhor como as pessoas podem ser levadas a fazer coisas que não querem, assista o episódio 17 da 9ª temporada do seriado Law & Order (em português, “Lei e Ordem”), em que um cidadão finge ser um “detetive Milgram”, e leva as pessoas a cometerem atos ilícitos sob o falso pretexto de que uma autoridade pediu que o fizessem.
Bombas de morcegos
Na Segunda Guerra Mundial, a marinha dos EUA trabalhou em um projeto para treinar morcegos para servirem como bombardeiros contra os japoneses. Um dentista da Pensilvânia, Lytle Adams, propôs a ideia para a Casa Branca pela primeira vez em 1942, depois de visitar cavernas cheias de morcegos em Carlsbad, no Novo México.
Adams propôs que pequenas cintas com explosivos incendiários fossem amarradas aos animais. Explorando o uso dos morcegos da “ecolocalização”, eles seriam treinados para encontrar abrigos japoneses em celeiros e sótãos. De acordo com o plano de Lytle, os morcegos-bomba voariam para o Japão, encontrariam esses refúgios em cidades japonesas, e colocariam as pessoas em chamas.
O Corpo de Fuzileiros Navais chegou a capturar milhares de morcegos e a desenvolver dispositivos explosivos para amarrar em suas costas. O projeto foi abandonado em 1943, provavelmente porque o governo dos EUA tinha feito progresso na bomba atômica. Uma é melhor que milhares, certamente.
PRISÃO DE STANFORD
O famoso psicólogo Philip Zimbardo coordenou este experimento para examinar o comportamento de indivíduos comuns que foram colocados na posição de prisioneiros ou guardas em uma prisão fictícia, e as normas que se esperava que eles exibissem.
Os prisioneiros eram colocados em situações para que fosse causada sua desorientação, degradação e despersonalização. Eles não receberam instruções ou treinamento específicos para realizarem seus papéis.
Inicialmente, os estudantes participantes do estudo não estavam certos de como representar seus papéis, mas não causaram nenhum distúrbio. No segundo dia do experimento, os “prisioneiros” foram convidados a fazerem uma rebelião, o que levou a uma severa resposta dos “guardas”. Deste momento em diante, as coisas começaram a desandar.
Os guardas implementaram um sistema de privilégios para acabar com a solidariedade entre os prisioneiros e causar desconfiança entre eles. Os guardas se tornaram paranoicos a respeito dos prisioneiros, acreditando que eles os estavam perseguindo. Isso tornou o sistema de privilégios muito restrito, controlando até as funções fisiológicas dos prisioneiros, que começaram a exibir distúrbios emocionais, depressão e desamparo condicionado.
Neste ponto, os prisioneiros foram apresentados a um capelão. Eles se identificavam por seus números ao invés de seus nomes, e quando eram questionados sobre como planejavam sair da prisão, se mostravam confusos. Eles haviam sido assimilados completamente por seus papéis.
O Dr. Philip encerrou o experimento depois de cinco dias, quando percebeu quão real a prisão havia se tornado para os voluntários.
Apesar da curtíssima duração do experimento, os resultados foram assustadores, e esclarecedores. A pesquisa mostrou quão rapidamente alguém pode abusar do seu controle quando colocado nas circunstâncias corretas. Poderia qualquer pessoa se tornar uma ditadora?[LiveScience]
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Fonte: hypescience / Por Natasha Romanzoti