Até quem fim a Justiça Federal reconhece a Curuá como grilagem.Tanto mando, tanto desmando, tanta coisa séria tratada como episódio cômico não nos resta outra indagação: O Brasil tem jeito?
Eu respondo tirando parte da introdução do grande Geraldo Vandré no festival da antiga tv Record “Olha o Brasil e o povo brasileiro merece nosso respeito”.
Atitudes de pessoas e autoridades como o juiz Hugo Gama Filho, da 9ª vara da justiça federal de Belém, que mandou cancelar o registro imobiliário da Fazenda Curuá, que consta dos assentamentos do cartório de Altamira, no Pará. O imóvel foi inscrito nos livros de propriedade como tendo nada menos do que 4,7 milhões de hectares, nos deixa esperançosos de um futuro onde nossos governantes sejam maioria pessoas serias.
Imagine só o tamanho do absurdo desta propriedade reclamada por uma pessoa inescrupulosa e cara de pau chamado Cecílio do Rego Almeida, líder do grupo C. R. Almeida (Incenxil), ele se diz dono de um latifúndio com tamanho superior ao dos estados do Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe e do Distrito Federal. Suas pretensões poderiam ainda exceder essas dimensões. Através de outros imóveis, pretendia alcançar uma área de 7 milhões de hectares, duas vezes e meia o tamanho da Bélgica, país onde vivem mais de 10 milhões de habitantes.
Nas várias esferas da justiça do Pará, Cecílio do Rego Almeida(foto ao lado), pessoalmente ou por suas empresas e prepostos, tem obtido decisões favoráveis, as mais importantes das quais foram concedidas pelos desembargadores João Alberto Paiva (atualmente aposentado) e Maria do Céu Cabral Duarte que já deveria ter ido para o céu.
Este tipo de autoridade tem que ser banida da nossa sociedade a golpes de açoites para servirem como exemplo a outros da mesma espécie “logico que estou aqui só aflorando minha indignação” pois estamos em outros tempos.
Por falar em outros tempos foi que o estatuto da Terra, editado pelo primeiro governo militar pós-1964, o do marechal Castelo Branco, continua em vigor. Esse código agrário sobreviveu à Constituição de 1988 e se revelou superior em confronto com as regras da Carta Magna. O estatuto, com seu propósito de modernizar o campo brasileiro (mesmo que de forma autoritária, à semelhança do que fez o general MacArthur com o Japão ainda semifeudal, derrotado pelos americanos na Segunda Guerra Mundial), proíbe a constituição de propriedade rural com área acima de 72 mil hectares (ou 600 vezes o maior módulo rural, o destinado ao reflorestamento, com 120 hectares).
Neste vídeo podemos ver o começo e entender a Questão Agrária do Brasil
Opinião do Mau: por estas e outra que até hoje nos deparamos com tamanho absurdo mais o Brasil tem jeito, se todos começarmos a exigir, pleitear e indagar as nossas autoridades sobre suas atitudes, se satisfatórias e corretas aplaudirmos, se cômicas e irresponsáveis vaiarmos e unirmos para que corrijam seus desmandos.
